Autoestima: o que precisamos de verdade é mudar a lingugagem sobre nós mesmos

17 de Junho de 2019 - 14h45
Dalton Corrêa Leme

Com isso, podemos nos dar a oportunidade de ser magro apesar dos conflitos e problemas que vivemos a cada dia. A nível consciente e subconsciente, nós estamos codificados com conceitos reais e falsos que nos levam a atitudes e comportamentos no decorrer de nossas vidas. Esses conceitos fornecem matéria de sobra para nosso subconsciente trabalhar automaticamente para atingir objetivos de sucesso ou de fracasso. Esses dados são fornecidos desde que nascemos. Como foi nossa formação desde a infância? Muitas vezes fomos criados e educados sem direito de escolher que educação gostaríamos de ter, e muitas vezes acabamos reprimindo nossos sentimentos. O sistema tem moldado nossa educação com normas, regras, leis, certo e errado. Ninguém se adapta de forma geral a isso, e o que é rejeitado passa a ficar escondido, porque é proibido. Então, a pessoa não consegue ser inteira, fica dividida em duas partes: a parte em que somos iguais a todos, e a parte rejeitada, que é diferente de todos.

Acredite quem quiser, essa parte diferente é sua personalidade, ou seja, é sua identidade. O que se ensina desde a infância é rejeitar essa parte, que é a sua personalidade, para que se encaixe no molde, ou no sistema em que vivemos. Foi a maneira que você aprendeu aos poucos a não se aceitar por inteiro. Conhece a fábula do patinho feio? Ele era um cisne, porém foi criado numa família de patos.

Não aceitar nossa personalidade seria a mesma coisa: você ser um cisne em uma família de patos. E passará a vida toda se criticando por não se encaixar nos padrões criados. Quando ele descobriu que era um belo cisne, ele pôde entender a situação e ser feliz. Com você acontece a mesma coisa. Não há nada de errado em ser um cisne, o errado seria um cisne tentar ser um pato. Estaria fechando os olhos para sua beleza, e viveria pelo resto de sua vida se lastimando em ser um patinho feio.

Nossas crenças são formadas a nível inconsciente, e, às vezes, não se encaixa com nossa personalidade. Então podemos dizer que os conflitos que vivemos são a barreira que criamos por não assumir nossa personalidade. Assim começa a luta de
moldar-se no conceito e padrão que as pessoas querem, e não o que você quer. E então começa a infelicidade. Como você não pode fazer o que quer, porque o sistema não permite, você começa comer de tudo descontroladamente. Você, na verdade, pode escolher o que quer. E também é uma maneira de você estar bem consigo mesmo. Com toda sinceridade, você vai ter que aceitar o seu lado que foi rejeitado pelos outros, porque é sua personalidade, sua identidade. Ele existe, e o primeiro passo é aceitá-lo. Só desta forma irá parar de se criticar e realmente emagrecerá. A crítica é amiga intima da obesidade, e você tem que ter um objetivo para se criticar. A melhor forma para se criticar é manter a obesidade. A crítica é sua personalidade, brigando com a maneira em que foi moldado pelo sistema.

A maior parte da obesidade não é genética, é algo criado na sua vida. Pode ser que tenha um interesse inconsciente em estar gordinho, apesar da gordura lhe trazer tanta infelicidade, mas é o meio que achou de continuar se sentindo inadequado perante o sistema. Você não diz isso com palavras, mas de uma forma silenciosa, por meio da obesidade. Talvez possa estar dizendo: "Mas ninguém quer ser gordo!". Pense um pouco: esses padrões que nos foram impostos, os pensamentos que passam a rondar nossas cabeças, valores, interpretações e significados, acabam atraindo o hóspede indesejado, ou seja, as gordurinhas. Comece a recordar um pouco: os pais dão comida para as crianças sempre que elas choram. Às vezes nem se sabe o verdadeiro problema que causa o desconforto na criança. Essa criança vai criar um padrão inconsciente de que, quando sentir um desconforto, ele pode ser aliviado com comida. Por isso que os gordinhos, quando enfrentam um problema, procuram a solução na geladeira.

Param na frente dela e ainda murmura para si próprio: "quero comer alguma coisa e não sei o que é." E assim começa a excursão dos alimentos: come-se vários alimentos na busca do verdadeiro alimento que se sente vontade de comer. A pessoa come até ficar empanturrada, mesmo que insatisfeita, e continua com a vontade de comer algo que não se sabe o que é. E pior, com uma grande indigestão. Ainda é capaz de dizer: "agora vou tomar um refrigerante para fazer digestão, não estou me sentindo muito bem".

Se a pessoa foi criada numa família crítica, e se autoconceitua crítica também, ela irá criar ódio contra si própria, o que deveria ser apenas ódio contra um pensamento que esta pessoa tem sobre si mesmo, dentro do que o sistema exige. Deve estar pensando: "por que tudo o que pensaram e falaram a nosso respeito acaba fazendo parte de nossa realidade, visto que é algo que não escolhi para mim?". O sistema diz que tudo o que estiver fora dele é errado e será repudiado. É isso que foi registrado na personalidade e crença das pessoas. Então é o que leva você a pensar: "se eu fosse desta maneira, eles me amariam ou me aceitariam mais." Com isso dispara o vazio emocional. O excesso de peso passa a ser a necessidade de proteção.

Mas proteger-se contra o quê? O que precisamos é reforçar nossas cabeças e deixar de sobrecarregar nossos corpos. Comer demais só é uma forma errada de proteção e adaptação para enfrentarmos um mundo que não estamos dando conta. É preciso fazer uma mudança radical. Tem muita coisa a ser mudada se você quer emagrecer realmente. Por exemplo, mudar o pensamento sobre si. Muitos deles não foram estabelecidos por você, algumas pessoas lhe disseram e você acreditou. Já experimentou colocar óculos de grau emprestado de outra pessoa? Dependendo do grau você vai ver tudo embaçado.

Nada tem real nitidez, ou seja, você está vendo algo que não é seu. Você terá que emagrecer sua cabeça, porque tem muita coisa que você enxergou até agora sem necessidade de estar preenchendo espaço na sua mente. Já pensou em fazer um regime cerebral? É isso que você precisa fazer. Uma faxina no seu cérebro para ele funcionar para você, e não para os outros.

Procure diminuir ao máximo possível os conceitos negativos sobre si mesmo. Pare de tentar consertar o que Deus já fez perfeito. Só assim conseguirá se aceitar mais: aumentando sua autoestima. O que mais causa obesidade é a baixa autoestima. Se você não optar por estas mudanças, não haverá regime ou método que irá fazer você emagrecer. A parte emocional tem que ser resolvida! Não precisa se revoltar com as pessoas que o criaram e o educaram. Procure entendê-las, somos todos vítimas de vítimas. Todas elas foram criadas no sistema. Peça a quem lhe criou para contar-lhe sua historia, e você verá que não é muito diferente do que estou abordando aqui.

Comece a implantar ideias e pensamentos como uma pessoa normal e magra. Quando você for convidado a comer, aprenda a dizer sim ou não, dependendo da sua vontade, para que não seja vítima da obesidade. Mesmo vivendo conflitos e problemas,
podemos nos dar a oportunidade de sermos magros. Conflitos e problemas são resolvidos de outra forma, não com comida.



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